Minha bondade não me protege do dia mau
- Enquanto Somos Jovens
- 11 de nov. de 2017
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“Jó almejava construir seu ninho bem alto. Que a integridade de seu comportamento o protegeria da desgraça. E seus amigos pensaram erroneamente que o Senhor só o castigava porque secretamente tinha cometido algum erro. Mas não. A desgraça também recai sobre os bons. Não podemos nos proteger dela. Não podemos proteger nossos filhos. Não podemos dizer que ainda que não formos felizes, nos asseguraremos que outros o sejam.
Corremos na frente do vento. Acreditamos que ele sempre nos impulsiona. Não será assim. Desvanecemos como nuvens. Nós definhamos como a grama no outono. E como uma árvore somos arrancados pela raiz.
Há algum ardil no universo? Nada é imortal? Não há nada que jamais pereça?
Não podemos ficar como estamos. Devemos seguir em frente. Devemos encontrar o que está acima da sorte ou do destino. Nada pode nos trazer paz, apenas isso.
Estaria o corpo do sábio ou do justo imune à deformidade que poderia arruinar a sua beleza, ou à fraqueza que poderia debilitar sua saúde?
Vocês confiam em Deus? Jó também era fiel ao Senhor. Seus amigos ou filhos são o que te asseguram? Não há no mundo como se esconder da desgraça. Ninguém sabe quando o pesar visitará sua morada, tal como ocorreu com Jó.
Assim que tudo que Jó tinha lhe foi arrancado, ele soube que foi o Senhor quem arrancou. Passou a recusar o que era efêmero. Passou a buscar o que era eterno.
Apenas vê a mão de Deus quem se dá conta de que Ele dá? Ou também vê a mão de Deus quem se dá conta de que Ele tira?
Ou só vê Deus aquele que crê que Deus o está olhando? Também não vê Deus aquele que vê Deus lhe virando as costas?”.
– Trecho do sermão apresentado no filme “A Árvore da Vida”, de Terrence Malick.

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